Investimentos

Taxa de Performance: O que é e como funciona?

Se você investe ou pretende investir em fundos de investimento, precisa entender o que é e como funciona a taxa de performance. Uma cobrança que ocorre apenas quando o fundo supera seu índice de referência (benchmark) e serve como um incentivo para que os gestores busquem retornos ainda maiores.

Mas será que investir em fundos que pagam essa taxa realmente vale a pena? Como ela afeta sua rentabilidade? Neste artigo, você vai descobrir como funciona a taxa de performance, quando ela é cobrada e como pode impactar seus investimentos.

Boa leitura!

O que é Taxa de Performance?

A taxa de performance é o nome dado a uma cobrança que ocorre em alguns fundos de investimento quando esse é capaz de superar o seu índice de referência, conhecido como Benchmark.

Essa taxa tem como principal objetivo ser uma remuneração motivacional, para que os gestores dos fundos alcancem desempenhos superiores aos principais índices de mercado, como o CDI, para os fundos de renda fixa, o Ibovespa, para os fundos de ações, entre outros, a depender sempre do tipo e estratégia do fundo.

Diferentemente da taxa de administração, a taxa de performance é condicional, isso quer dizer que quem decide por tê-la em seu regulamento ou não, é o próprio fundo.

Como é cobrada a Taxa de Performance?

Uma vez que o fundo conseguiu superar o benchmark, a taxa será cobrada sobre o valor que exceder 100% do índice, mas não sem regras. Existem algumas condições muito importantes para se observar.

A primeira delas é, como existem diferentes índices de referência, o benchmark do fundo em questão deve ser definido e bem-informado em seu regulamento. Para ficar mais claro, podemos entender assim, de nada adianta um fundo de ações superar o CDI, dado que o benchmark dele, é o Ibovespa.

Outra condição é em relação a porcentagem de desempenho que excedente ao índice, ou seja, em quantos por cento esse fundo superou o benchmark. Essa condição também deve estar bem pré-definida no regulamento.

Temos ainda o conceito de linha d’água, que é um sistema de compensação. Caso o fundo em algum momento possua uma rentabilidade inferior ao benchmark, a taxa de performance dos períodos seguintes será utilizada como compensação em períodos seguintes.

Quanto ao valor cobrado, esse deve também ser definido previamente, indicando quanto será pago de performance sobre o valor excedente, assim o investidor já ficará ciente o quanto de sua rentabilidade será utilizada para remunerar o gestor.

No Brasil, o padrão de cobrança costuma ser de 20% pela taxa de performance e com ocorrência semestral, e não anual como as demais taxas.

Qual a importância da Taxa de Performance?

Apesar de parecer contraintuitivo (justamente por ser uma taxa), a taxa de performance tem um importante papel no mundo dos investimentos, principalmente por alinhar interesses de gestores e investidores.

Isso acontece porque a taxa funciona é um incentivo a gestão ativa, fazendo com que os gestores busquem cada vez mais aumentar a rentabilidade do fundo, resultando em um ganha-ganha, onde os investidores também saem beneficiados com boas rentabilidades.

Além disso, a taxa serve como uma ferramenta para comparação tanto com o seu benchmark, quanto com outros fundos. 

Em quais fundos a Taxa de Performance é cobrada?

É importante ressaltar aqui que, geralmente, a taxa de performance é cobrada somente em fundos que possui gestão ativa, isso porque nesse tipo de gestão o objetivo é superar o benchmark, então os gestores trabalham ativamente para isso.

Para citar alguns fundos de gestão ativa, temos os fundos de ações, fundos multimercado, fundos cambiais, entre outros.

Já nos fundos de gestão passiva, o objetivo é acompanhar o benchmark, buscando obter a mesma rentabilidade ou, em alguns casos, ficando com rentabilidade levemente inferior.

Para exemplo de fundos de gestão passiva, podemos citar os fundos de índice (ETFs) e alguns fundos de renda fixa.

Qual a diferença entre Taxa de Performance e Taxa de Administração?

Existem diferenças significativas entre as duas taxas, principalmente porque enquanto a taxa de performance é condicional, a de administração está presente em grande parte dos fundos de investimento, e não depende de desempenho.

Isso acontece porque, a taxa de administração é destinada a cobrir os custos de administração dos fundos, como remuneração de gestores, administradores, analistas, demais profissionais e para manutenção e tecnologia.

Uma outra diferença importante é que a taxa de administração é cobrada com base no valor total do investimento, ou seja, a rentabilidade somada ao principal, enquanto a taxa de performance é calculada somente sobre a rentabilidade que exceder o benchmark.

Além disso, a taxa de administração é percentual, mas não possui porcentagem predefinida, ficando a critério do fundo estipular qual será esse valor. A taxa ainda possui ocorrência mensal e automática, onde o investidor recebe a rentabilidade já descontada as taxas.

Para saber mais sobre a taxa de administração, você pode ler esse artigo: Taxa de Administração: O que é e como funciona?

Como a Taxa de Performance impacta nos investimentos?

Assim como toda taxa, custo ou imposto, quando cobrada, a taxa de performance impacta diretamente na rentabilidade final do fundo, reduzindo-a. No entanto isso não quer dizer que não seja vantajoso investir em fundos que cobram a taxa.

Como já foi mencionado aqui, para cobrar a taxa de performance um fundo deve possuir gestão ativa, logo, os gestores estão preocupados em alocar os melhores ativos para conseguir as melhores rentabilidades, dado a determinado nível de risco.

Isso faz com que muitas vezes a rentabilidade obtida no fundo compense taxa de performance cobrada. Mais do que se o investidor tivesse investido em um fundo de gestão passiva.

Por exemplo, imagine que você precisa comparar dois tipos de diferentes de fundo, um fundo de índice (ETF) que acompanha o índice Ibovespa e um fundo de ações com gestão ativa que tem como benchmark também o Ibovespa.

Para ficar claro somente a aplicação da taxa de performance, vamos considerar somente ela, não calculando no exemplo taxa de administração ou outros custos envolvidos em cada investimento.

Agora, imagine que em dado momento o Ibovespa teve uma alta de 10%, enquanto o fundo de índice (ETF), acompanhando o índice, rende 9,5%, e o fundo de ações rende 13%.

A taxa de performance será cobrada somente sobre os 3% excedente, logo, 3 x 0,20 = 2,4%.

Ou seja, o investidor que optou por investir no ETF receberá 9,5%, enquanto o investidor que escolheu o fundo de ações, 12,4%. Obtendo uma rentabilidade maior, mesmo pagando taxa de performance.

É fundamental entender que esse foi um exemplo simples para demonstrar a aplicação da taxa de performance. Uma vez que existem outros custos envolvidos, tanto no investimento em ETFs, quanto em FIAs, o investidor deve buscar se informar bem sobre custos e taxas e realizar os devidos cálculos para entender as possíveis rentabilidades.

Caio Maillis

Eu sei bem como é sentir que está sempre correndo atrás, tentando fazer as coisas darem certo sem ver obter o retorno que merece, pois já tentei de tudo: fui ajudante geral, ajudante de mecânico, cantor de música sertaneja, vendi camisetas, revendi panelas… mas em tudo, falhei. É engraçado como no momento da derrota, nos sentimos como um fracasso, como se não fossemos bons e inteligentes o suficiente, ainda bem que é temporário. Hoje vejo que foi como havia de ser, cada tentativa me trouxe um aprendizado diferente. E me fez perceber algo que muda o jogo de qualquer um, percebi que não era a falta de esforço que me impedia de crescer, e sim a falta de conhecimento. É verdade que o segredo do sucesso mora na habilidade de agir, mas ação por si só, sem o conhecimento necessário (o que algumas pessoas chamam de Know-How), também é insuficiente. Foi aí que decidi mudar de verdade, transformei minha curiosidade por finanças e investimentos em um propósito. Me graduei em Gestão Financeira, fiz vários cursos sobre o tema, ao passo que continuava empreendendo em outra área, comecei a me aprofundar ainda mais no mundo dos investimentos. Foi nesse momento que comecei a cursar Ciências Econômicas, um MBA em Finanças, Investimentos e Banking e a devorar livros e conteúdos técnicos sobre análise de ações e outros ativos de renda variável. Mas a minha jornada não é só sobre mim. Eu não quero apenas ser referência no assunto, eu quero que você também consiga mudar a sua vida, mesmo que não seu objetivo não se especializar na área, como eu fiz e ainda faço. Quero ajudar pessoas que trabalham duro, mas ainda não colhem os frutos desse esforço, a construírem um futuro financeiro sólido, seguro e, acima de tudo, que proporcione a liberdade de escolha, que essa sim, é a mais valiosa de todas as coisas. Em meus canais de comunicação, eu vou te ensinar análise fundamentalista de verdade, sem atalhos, sem promessas vazias. Meu compromisso é mostrar como você pode investir com inteligência, clareza e estratégia, sem depender de ninguém e sem cair em armadilhas que vão fazer você perder dinheiro. Falando nisso, se você quer parar de trabalhar por dinheiro e começar a fazer o dinheiro trabalhar por você, lembre-se que eu estou aqui!

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