Investir em renda fixa é uma das formas mais seguras e previsíveis de aplicar dinheiro, garantindo rentabilidade com menor risco. No entanto, dentro desse universo, existem diferentes tipos de investimentos, o que faz com que muitas pessoas tenham a dúvida de qual a diferença entre prefixado e pós-fixado.
Cada um deles possui características próprias que influenciarão diretamente nos retornos e na segurança do investimento.
Por isso, neste artigo você entenderá o que são esses títulos, como funcionam, suas diferenças e qual deles pode ser a melhor escolha para sua estratégia de investimento.
Boa leitura!
O que é Renda Fixa
A renda fixa é uma modalidade de investimento na qual as regras de rentabilidade são previamente estabelecidas, por isso o nome “fixa”. Seu funcionamento é simples, o investidor empresta seu dinheiro ao emissor do título, que pode ser o governo (tesouro direto), os bancos (CDBs, LCIs e LCAs) ou as empresas (debêntures), e recebe juros em troca desse empréstimo.
A principal vantagem desse tipo de aplicação é a previsibilidade dos retornos, especialmente quando comparado à renda variável, que pode sofrer grandes oscilações. No entanto, é importante estar ciente de que a renda fixa também envolve riscos, como o risco de crédito e o risco de mercado. Além disso, o potencial de retornos mais expressivos é limitado, e em alguns casos, os rendimentos podem não superar a inflação.
Dentro da renda fixa, os investimentos podem ter rentabilidade prefixada, pós-fixada ou híbrida, dependendo de como os juros são aplicados.
O que é um Título Prefixado
Os títulos prefixados são aqueles em que a taxa de retorno é definida no momento da aplicação. Ou seja, o investidor já sabe exatamente quanto receberá no vencimento do investimento, antes mesmo de aplicar o seu dinheiro, independentemente das variações do mercado financeiro.
Como funciona um Título Prefixado
Ao investir em um título prefixado, você concorda com uma taxa de juros fixa, válida até o vencimento. Por exemplo, se um título oferece um rendimento de 10% ao ano, o investidor receberá exatamente essa taxa ao final do período, ou seja, se investir R$ 1.000,00 receberá R$ 100,00 de juros no vencimento. Isso acontecerá independentemente de oscilações da inflação ou da taxa Selic.
No entanto, caso o resgate seja feito antes do vencimento, o valor poderá variar devido à marcação a mercado, que é a precificação diária dos títulos conforme a oferta e demanda no mercado secundário.
Alguns exemplos de títulos prefixados são:
Tesouro prefixado
O Tesouro Prefixado é um dos títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Direto, que é um programa para financiar o governo federal. Ele garante um rendimento fixo ao investidor que mantiver o título até o vencimento.
Por exemplo, um Tesouro Prefixado 2027 com rendimento de 13% ao ano significa que, ao final do prazo, o investidor receberá exatamente esse percentual sobre o valor que investiu.
Debêntures
As debêntures são títulos emitidos por empresas para captar recursos que irão financiar suas atividades operacionais, expansões ou outros projetos. Algumas são prefixadas, o que significa que o investidor sabe exatamente quanto receberá de retorno.
CDB Prefixado
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados funcionam assim como os títulos do tesouro e as debêntures, porém são emitidos por bancos, e também oferecem um rendimento fixo, garantindo previsibilidade ao investidor.
O que é um Título Pós-Fixado
Os títulos pós-fixados são aqueles em que a rentabilidade varia de acordo com um indexador econômico, como a taxa Selic, o IPCA ou o CDI.
Como funciona um Título Pós-Fixado
Ao investir em um título pós-fixado, o investidor não sabe exatamente qual será o rendimento final, pois ele dependerá da variação do indexador ao longo do tempo.
Por exemplo, um título Tesouro IPCA+ 4% significa que ele pagará a inflação acumulada no período (medida pelo IPCA) mais uma taxa fixa de 4% ao ano. Isso garante que o investidor mantenha seu poder de compra, pois sempre ganhará acima da inflação.
As principais vantagens dos títulos pós-fixados são a proteção contra a inflação e o potencial de rentabilidade maior em cenários de alta taxa de juros. No entanto, eles também apresentam desvantagens, como a menor previsibilidade dos retornos e o risco de perdas em cenários de baixa taxa de juros.
Alguns exemplos de títulos pós-fixados são:
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título público cuja rentabilidade acompanha a variação da taxa básica de juros da economia, a Selic.
CDB Pós-fixado
Os CDBs pós-fixados remuneram com base em um percentual do CDI, índice que acompanha a taxa Selic. Por exemplo, um CDB que paga 100% do CDI seguirá a variação dessa taxa ao longo do tempo.
Fundos DI
Os fundos DI investem majoritariamente em títulos públicos e privados de renda fixa pós-fixados, acompanhando a Selic ou o CDI.
Leia também: CDB ou CDI: Entenda as diferenças e como investir
Qual a diferença entre Prefixado e Pós-Fixado
Compreender a diferença entre essas duas modalidade de renda fixa, é fundamental para alinhar seus investimentos aos seus objetivos e perfil de risco. Pode-se dizer então, que a principal distinção está na forma de como a rentabilidade é definida e como ela se comportará ao longo do tempo.
Títulos Prefixados
Nessa modalidade, a taxa de juros é estabelecida no momento da aplicação e é válida até o vencimento. Isso significa que, desde o início, o investidor sabe exatamente qual será o seu retorno bruto, independentemente das flutuações econômicas que possam ocorrer durante o período do investimento.
Essa previsibilidade é a grande vantagem dos títulos prefixados, sendo ideal para quem busca maior segurança e precisa planejar seus ganhos futuros com precisão.
Títulos Pós-Fixados
Os títulos pós-fixados possuem uma rentabilidade variável, que é atrelada ao desempenho de um indexador econômico. Os indexadores mais comuns no Brasil são a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice de inflação no Brasil, e o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), principal referência para os investimentos bancários.
Ao investir em um título pós-fixado, o investidor não sabe exatamente qual será o rendimento final, pois ele dependerá do comportamento desse indexador ao longo do tempo.
Segue abaixo uma tabela com as principais características de cada modalidade:

Em qual é melhor investir
A escolha entre um título prefixado e um pós-fixado envolve a consideração de diversos fatores, como suas expectativas para a economia, seu horizonte de investimento e sua tolerância ao risco.
É crucial conhecer bem o seu perfil de investidor, além de ter muito bem definitivo quais são os objetivos financeiros do investidor. Em uma análise geral é possível apontar alguns consensos entre os especialistas:
Em um cenário de queda de juros, os títulos prefixados podem ser mais vantajosos, pois garantem uma taxa mais alta antes que a Selic caia.
Em um cenário de alta da inflação, os títulos pós-fixados atrelados ao IPCA são mais seguros, pois protegem o poder de compra do investidor.
Para investidores conservadores, o Tesouro Selic, conhecido por sua alta liquidez e baixo risco e os CDBs pós-fixados, que acompanham o CDI, são opções mais seguras e previsíveis.
Para os investidores arrojados, o Tesouro Prefixado, que pode oferecer retornos maiores porém está sujeito à variação da taxa de juros, e as debêntures, que são os títulos de dívida emitido por empresas e por isso carregam maior risco de crédito, podem ser mais atraentes se bem escolhidos e analisados.
Na prática, a diversificação entre os dois tipos de investimentos é uma estratégia inteligente para equilibrar risco e rentabilidade.
Conclusão
Os investimentos em renda fixa, sejam prefixados ou pós-fixados, são excelentes opções para quem busca segurança e previsibilidade.
Enquanto os prefixados garantem retornos fixos e podem ser vantajosos em cenários de queda de juros, os pós-fixados, que acompanham a inflação ou a Selic, podem ser mais indicados para momentos de incerteza econômica.
Por fim, é muito importante ressaltar que, a melhor escolha dependerá sempre do seu perfil de investidor, seus objetivos e das perspectivas do mercado.