O Índice Big Mac é um dos indicadores econômicos mais curiosos e populares do mundo. Seu nome não é mera coincidência, vem justamente porque o índice tem como base o preço do Big Mac, o famoso sanduíche do McDonald’s.
Sua proposta é extremamente simples, medir a Paridade do Poder de Compra (PPC) entre diferentes países. E apesar de ser um índice informal, é amplamente utilizado como referência para explicar a valorização ou desvalorização das diferentes moedas em relação ao dólar.
Neste artigo, vai irá descobrir como o Índice Big Mac funciona, qual sua relevância na economia global e quais as limitações de utilizar esse indicador.
Boa leitura!
Quem inventou o Índice Big Mac?
O Índice Big Mac foi criado pela revista The Economist, no ano de 1986, como uma forma de ilustrar melhor a teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC). A teoria sugere que, no longo prazo, a taxa de câmbio entre diferentes moedas deve se ajustar para que o preço de bens e serviços idênticos seja o mesmo em ambos os países.
Por isso, a escolha do Big Mac como referência não foi aleatória, uma vez que o hambúrguer é um produto padronizado e está disponível em diversos países, devido a presença mundial do McDonald’s.
Dessa forma, comparar os preços do sanduiche em diferentes localidades, pode indicar se uma moeda está supervalorizada ou subvalorizada em relação ao dólar.
Mas o que é exatamente o índice?
O que é o Índice Big Mac?
O Índice Big Mac é um indicador econômico informal, capaz de medir o poder de compra de cada moeda frente ao dólar, simplesmente comparando o preço do sanduíche em diferentes países.
Caso o preço do Big Mac em determinado país for maior do que nos Estados Unidos (quando convertido para dólares), entende-se que a moeda local está sobrevalorizada. Já se for menor, a moeda pode estar desvalorizada.
Embora seja um índice informal, é amplamente utilizado em discussões sobre a economia global, as taxas de câmbio e até mesmo, a inflação. Sendo citado em estudos acadêmicos e relatórios financeiros.
Como funciona o Índice Big Mac?
O Índice Big Mac funciona de maneira relativamente simples. Ele compara o preço médio do sanduíche no país que está sendo analisado com o preço nos Estados Unidos, convertendo os valores pela taxa de câmbio vigente.
Para realizar o cáculo do índice, é necessário primeiro conhecer a taxa de câmbio implícita, e a fórmula básica para isso é:

Quando se obtém como resultado uma taxa diferente da taxa de câmbio real, isso indica que a moeda do país analisado pode estar ou subvalorizada ou supervalorizada.
Por exemplo, de acordo com o último dado divulgada pela The Economist, em janeiro de 2025, um Big Mac custa R$ 23,90 no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o mesmo lanche é comprado por US$ 5,79.
Desa forma, o cálculo seria: 23,90 ÷ 5,79 = 4,13.
Logo, se a taxa de câmbio real entre o dólar norte-americano e o real brasileiro, for maior do que 4,13, significa que o real está supervalorizado, sendo mais barato consumir o lanche no Brasil.
Como calcular o Índice Big Mac?
Agora que você já sabe qual é a taxa de câmbio implícita, é capaz de calcular o índice, para descobrir a diferença percentual entre o valor convertido e o preço nos Estados Unidos, é essa diferença que indicará se a moeda está mesmo subvalorizada ou supervalorizada.
A fórmula para esse cálculo é:

Utilizando nosso exemplo da comparação entre Brasil e Estados Unidos, e considerando uma taxa de cambio real de RS 5,00 por US$ 1,00, o cálculo seria: [(4,13 – 5) ÷ 5] x 100 = -17,4%
Quando esse resultado é negativo indica que a moeda está subvalorizada, quando positivo, a moeda está supervalorizada.
No caso do nosso exemplo: 5 – 17,4% = 4,13. Logo, seriam necessários US$ 4,13 dólares para comprar no Brasil, o mesmo lanche que custa US$ 5,79 no Estados Unidos.
Como analisar o Índice Big Mac?
Apesar de ser um indicador simples e muito fácil de ser interpretado, o Índice Big Mac precisa ser analisado com cautela. Isso porque existem alguns fatores que podem influenciar no seu resultado, não somente o poder de compra da moeda.
Fatores como a diferença no custo de vida dos países com salários mais baixos e um menor custo de produção podem representar Big Macs mais baratos. Além disso, impostos e regulamentações diferentes, também podem refletir no preço, uma vez que esse pode ser diretamente afetado por taxas e subsídios.
Dessa forma, o Índice Big Mac pode e deve ser utilizado como uma ferramenta complementar no entendimento das diferenças cambiais, mas jamais como um indicador definitivo da real paridade do poder de compra.
Em qual país o Big é mais caro
Segundo a última atualização do índice, publicada em janeiro de 2025, os países com o Big Mac mais caro são:
1. Suíça: A Suíça tem o Big Mac mais caro do mundo, refletindo o alto custo de vida e a força do franco suíço.
2. Noruega: Assim como a Suíça, a Noruega possui um custo de vida elevado, impactando o preço do hambúrguer.
3. Suécia: Outro país europeu onde o Big Mac custa bem acima da média global.
Já na América Latina, a Argentina se destaca como o país onde o Big Mac é mais caro, devido a inflação elevada e as políticas cambiais restritivas do governo.
Desvantagens do Índice Big Mac
Assim como todo e qualquer indicador econômico, o Índice Big Mac também apresenta algumas limitações:
• Algumas variáveis não são consideradas: Ele ignora alguns aspectos como o custo de produção, políticas fiscais e subsídios governamentais.
• O McDonald’s não está presente em todos os países: Apesar de estar presente em muitos países, não está em todos, o que limita a abrangência do índice, especialmente em nações em desenvolvimento.
• Diferenças culturais e hábitos de consumo: Em alguns países, o Big Mac pode não ser um item de consumo comum, distorcendo sua relevância como referência econômica.
Conclusão
O Índice Big Mac é um forte exemplo de como conceitos econômicos complexos podem ser traduzidos de forma acessível e intuitiva para todos. Ele ajuda a ilustrar as diferenças cambiais e as disparidades no poder de compra entre os países.
Apesar do fato de que não deve ser considerado um indicador definitivo para a economia global, investidores e analistas podem utilizá-lo como uma ferramenta complementar, sempre levando em consideração outros fatores econômicos e financeiros ao avaliar o desempenho de uma moeda.
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