A Petrobras (PETR4) registrou um prejuízo líquido de R$ 17,04 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), revertendo o lucro de R$ 31 bilhões do mesmo período de 2023. Apesar do impacto negativo, a companhia manteve a distribuição de dividendos, com proposta de R$ 9,1 bilhões para os acionistas.
Resultados Financeiros
O prejuízo da Petrobras (PETR4) no trimestre foi atribuído, principalmente, à desvalorização cambial e ao aumento de provisões operacionais, ambos eventos de natureza contábil e sem efeito direto no caixa da companhia. Sem esses fatores, a estatal teria reportado um lucro de R$ 17,7 bilhões.
A receita líquida da petroleira somou R$ 121,26 bilhões no 4T24, uma queda de 9,7% na comparação anual, mas dentro do consenso do mercado. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 40,96 bilhões, representando uma redução de 38,7% frente ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado de 2024, o lucro líquido da Petrobras (PETR4) foi de R$ 36,6 bilhões, uma queda expressiva de 70,6% ante os R$ 124,6 bilhões de 2023. A receita anual recuou 4,1%, para R$ 490,82 bilhões, enquanto o Ebitda caiu 18,2%, totalizando R$ 214,41 bilhões.
A dívida líquida da estatal encerrou o ano em US$ 52,24 bilhões, alta de 16,9% em relação a 2023, refletindo o aumento de investimentos e o impacto da variação cambial sobre a alavancagem financeira.
Desempenho Operacional
Apesar do resultado negativo, a Petrobras (PETR4) manteve um forte fluxo de caixa operacional, que totalizou R$ 204 bilhões em 2024. Os investimentos também cresceram, alcançando US$ 16,6 bilhões no ano — um avanço de 31% em relação a 2023.
Os aportes foram direcionados, principalmente, ao segmento de Exploração e Produção (E&P), com destaque para o desenvolvimento do campo de Búzios e a revitalização do Campo de Marlim, ambos no pré-sal. No 4T24, os investimentos totalizaram US$ 5,7 bilhões, uma alta de 29% na base trimestral.
Dividendos
Mesmo com a deterioração dos resultados, a Petrobras (PETR4) anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos, proposta que será submetida à aprovação na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de 16 de abril de 2025.
Caso aprovada, a remuneração total aos acionistas referente ao exercício de 2024, considerando a correção pela Taxa Selic, atingirá R$ 75,8 bilhões. Os proventos serão pagos em duas parcelas iguais de R$ 0,35477261 por ação PETR3 e PETR4, nos dias 20 de maio e 20 de junho de 2025.
Os acionistas que tiverem papéis da companhia até 16 de abril terão direito aos dividendos. No caso dos ADRs negociados em Nova York, a data de corte será 22 de abril. A partir de 17 de abril, as ações da Petrobras serão negociadas ex-dividendos na B3.
Perspectivas para 2025
Para 2025, a Petrobras (PETR4) reafirmou sua projeção de investimentos em Capex em US$ 18,5 bilhões, com margem de variação de 10% para mais ou para menos. A companhia segue focada em seu plano estratégico, com ênfase no desenvolvimento do pré-sal e na transição energética.
Os desafios para o próximo ano incluem a volatilidade do câmbio, o cenário macroeconômico global e as decisões estratégicas da nova gestão. No entanto, a forte geração de caixa e a disciplina financeira devem continuar garantindo a atratividade da estatal para investidores, especialmente devido à manutenção de sua política de distribuição de dividendos.
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