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Fundos de Papel x Fundos de Tijolo: Qual é o Melhor Para Seu Perfil de Investimento?

Investir em imóveis vai muito além de comprar um apartamento ou um terreno. Hoje, o mercado financeiro oferece alternativas sofisticadas que permitem ao investidor participar do setor imobiliário sem precisar lidar diretamente com contratos, burocracias ou manutenções. Entre essas alternativas, destacam-se os fundos imobiliários, que se dividem principalmente em dois tipos: fundos de papel e fundos de tijolo. Entender as diferenças entre eles é essencial para tomar decisões estratégicas, proteger o capital e otimizar retornos.

No cotidiano do investidor, surgem dúvidas como: qual desses fundos oferece mais segurança? Qual gera rendimentos mais consistentes? Ou ainda, qual se adapta melhor a objetivos de longo prazo? Neste artigo, vamos explorar em detalhes cada modalidade, analisando desde seus fundamentos econômicos até impactos práticos nos investimentos, com exemplos reais do mercado brasileiro.

O que são fundos de tijolo?

Os fundos de tijolo representam uma forma de investimento direto em imóveis físicos. Ou seja, ao investir nesse tipo de fundo, o capital do cotista é direcionado para a compra, construção ou manutenção de imóveis comerciais, residenciais ou logísticos. Esses ativos podem incluir shopping centers, galpões industriais, edifícios corporativos, hotéis e até imóveis residenciais de alto padrão.

A lógica por trás do fundo de tijolo é simples: o investidor recebe renda passiva proveniente do aluguel dos imóveis e, potencialmente, lucros de valorização do patrimônio imobiliário. O retorno tende a ser mais estável, refletindo a receita de aluguéis, embora esteja sujeito a riscos de vacância, inadimplência ou depreciação do imóvel.

No contexto brasileiro, fundos de tijolo costumam apresentar yield consistente devido à demanda constante por espaços comerciais em grandes centros urbanos, especialmente em setores como logística e escritórios corporativos. A diversificação geográfica e setorial dentro do fundo pode reduzir riscos, mas a liquidez ainda depende do mercado secundário de cotas, que nem sempre é altamente ativo.

Vantagens dos fundos de tijolo

  1. Renda previsível: os aluguéis geram fluxo de caixa estável, permitindo planejamento financeiro.
  2. Valorização do ativo: imóveis bem localizados tendem a se valorizar no médio e longo prazo.
  3. Hedge contra inflação: contratos de aluguel geralmente incluem correções periódicas, protegendo o investidor contra a desvalorização monetária.

Riscos associados

Apesar das vantagens, fundos de tijolo não são isentos de riscos. Vacância elevada, inadimplência, problemas estruturais e baixa liquidez são fatores que podem impactar os rendimentos. Além disso, o mercado imobiliário é cíclico, e crises econômicas podem reduzir o valor de imóveis e aluguéis.

Fundos de papel: o investimento em títulos imobiliários

Ao contrário dos fundos de tijolo, os fundos de papel investem em títulos ligados ao mercado imobiliário, e não em imóveis físicos. Esses títulos incluem Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e outros instrumentos de dívida imobiliária.

O objetivo é capturar rendimentos provenientes de juros e amortizações desses papéis, que podem ser pré ou pós-fixados, dependendo da estrutura do título. Em essência, o investidor se torna credor do mercado imobiliário, recebendo receitas provenientes do pagamento de financiamentos imobiliários ou de aluguéis securitizados.

Vantagens dos fundos de papel

  1. Liquidez maior: geralmente têm cotas negociadas com maior frequência no mercado secundário.
  2. Diversificação de risco: é possível investir em vários CRIs ou LCIs, reduzindo a exposição a um único imóvel ou inadimplente.
  3. Potencial de rendimento superior: fundos de papel podem gerar retornos mais atrativos em cenários de juros elevados, já que os CRIs e LCIs são muitas vezes indexados ao CDI ou à inflação.

Riscos associados

O principal risco dos fundos de papel está atrelado à crédito e à taxa de juros. Se o emissor do título enfrenta dificuldades financeiras, os pagamentos podem atrasar ou não ocorrer. Além disso, em períodos de queda da taxa de juros, o retorno do fundo tende a diminuir, impactando a rentabilidade do investidor.

Comparação prática: fundos de papel x fundos de tijolo

Embora ambos sejam fundos imobiliários, a diferença entre papel e tijolo vai além do tipo de ativo. Ela influencia diretamente o perfil de risco, liquidez, volatilidade e retorno esperado.

Renda e volatilidade:
Fundos de tijolo oferecem rendimentos mais estáveis, mas estão sujeitos à vacância e à gestão do imóvel. Já os fundos de papel podem ter rentabilidade mais variável, dependendo da taxa de juros e da qualidade de crédito dos títulos.

Liquidez:
Fundos de papel, em geral, apresentam maior liquidez, pois seus papéis são mais facilmente negociados, enquanto fundos de tijolo podem ter cotas menos ativas, especialmente em fundos menores ou regionais.

Exposição macroeconômica:
Taxa de juros e inflação impactam diretamente fundos de papel. Fundos de tijolo, embora também sofram influência macroeconômica, são mais resilientes à variação de juros, pois contratos de aluguel ajustáveis podem compensar parcialmente esse efeito.

Exemplos do mercado brasileiro

No Brasil, exemplos de fundos de tijolo incluem FIIs de galpões logísticos em São Paulo, centros comerciais no Rio de Janeiro e edifícios corporativos em Brasília. O fundo XP Logística é um caso clássico de investimento em imóveis físicos com foco em contratos de longo prazo, apresentando yield consistente e baixo índice de vacância.

Já nos fundos de papel, destacam-se aqueles que investem em CRIs de alto padrão. Um exemplo é o BTG Pactual Crédito Imobiliário, que diversifica títulos emitidos por incorporadoras e construtoras, oferecendo retornos atraentes atrelados à inflação e ao CDI.

O desempenho histórico mostra que, enquanto fundos de tijolo oferecem rendimentos mais estáveis e previsíveis, fundos de papel podem superar o mercado em períodos de juros altos, embora apresentem maior volatilidade.

Estratégias de alocação entre fundos de papel e tijolo

Para investidores que buscam equilíbrio entre segurança e retorno, a estratégia ideal muitas vezes envolve combinar fundos de papel e tijolo na carteira. A proporção depende do perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos de liquidez.

  • Perfil conservador: maior exposição a fundos de tijolo, garantindo fluxo de caixa constante e proteção contra volatilidade.
  • Perfil moderado: balanceamento entre fundos de tijolo e papel, aproveitando rendimento potencial dos papéis sem abrir mão de estabilidade.
  • Perfil agressivo: foco maior em fundos de papel, buscando maximizar retorno, aceitando maior exposição a risco de crédito e juros.

Além disso, é fundamental avaliar a gestão do fundo, histórico de vacância ou inadimplência, qualidade dos ativos e transparência na comunicação com os cotistas. Esses fatores impactam diretamente o desempenho a longo prazo.

Impacto macroeconômico nos fundos imobiliários

O desempenho de fundos de papel e fundos de tijolo não ocorre em isolamento. Fatores macroeconômicos como taxa de juros, inflação, crescimento econômico e política fiscal exercem influência direta sobre rendimentos, valorização de ativos e liquidez.

Taxa de juros

A Selic é o principal determinante do retorno dos fundos de papel. Como esses fundos investem em CRIs, LCIs e outros títulos de renda fixa imobiliária, qualquer aumento na taxa básica de juros eleva o rendimento desses papéis. Por outro lado, quedas na Selic podem reduzir a atratividade desses fundos, especialmente para títulos prefixados.

Já os fundos de tijolo são menos sensíveis à Selic no curto prazo, pois o aluguel dos imóveis pode ser reajustado periodicamente. No entanto, a taxa de juros elevada aumenta o custo de financiamento para inquilinos e incorporadoras, podendo impactar vacância e renegociação de contratos.

Inflação

A inflação afeta tanto fundos de tijolo quanto de papel, mas de formas distintas. Em fundos de papel, títulos indexados à inflação, como CRIs atrelados ao IPCA, protegem o investidor, garantindo rentabilidade real. Nos fundos de tijolo, contratos de aluguel geralmente incluem cláusulas de reajuste anual baseado em índices inflacionários, preservando o poder de compra do fluxo de caixa.

Crescimento econômico

O crescimento do PIB e a saúde econômica influenciam principalmente a demanda por imóveis comerciais. Períodos de expansão econômica reduzem vacância, aumentam aluguéis e valorizam ativos, beneficiando fundos de tijolo. Para fundos de papel, crescimento econômico está relacionado à capacidade de pagamento dos emissores de títulos e ao nível de crédito disponível no mercado.

Política fiscal e regulamentação

Mudanças tributárias, políticas de incentivo à construção ou alterações na legislação de fundos imobiliários podem impactar diretamente os retornos e a atratividade dos fundos. Por exemplo, regimes fiscais que favorecem investimentos em imóveis podem aumentar a demanda por fundos de tijolo.

Indicadores-chave para avaliação de fundos imobiliários

Para tomar decisões fundamentadas, o investidor deve monitorar indicadores financeiros e operacionais de cada fundo.

Dividend Yield (DY)

Reflete a renda mensal distribuída aos cotistas em relação ao valor da cota. É um indicador direto de fluxo de caixa, mas deve ser analisado em conjunto com vacância e qualidade dos ativos.

Valor Patrimonial da Cota (VPC)

Indica o valor contábil dos imóveis ou títulos do fundo por cota. Comparar VPC com preço de mercado ajuda a identificar oportunidades de compra ou sobrevalorização.

Vacância e inadimplência

A taxa de vacância mede o percentual de imóveis desocupados e indica risco de receita reduzida em fundos de tijolo. Em fundos de papel, o equivalente é a inadimplência nos pagamentos dos CRIs e LCIs.

P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial)

Permite avaliar se o fundo está sendo negociado acima ou abaixo de seu valor patrimonial. Um P/VP acima de 1 sugere que o mercado atribui prêmio ao fundo, geralmente por expectativa de valorização futura ou qualidade do portfólio.

Duration e risco de crédito

Para fundos de papel, a duration mede a sensibilidade do portfólio à variação da taxa de juros, enquanto o risco de crédito avalia a probabilidade de inadimplência dos emissores.

Casos práticos de investimento e performance histórica

Estudos de performance mostram padrões claros:

  • Fundos de tijolo com imóveis logísticos e contratos longos em São Paulo apresentaram rendimentos consistentes, mesmo em períodos de volatilidade econômica, com dividend yields entre 6% e 8% ao ano.
  • Fundos de papel atrelados a CRIs pós-fixados ou indexados à inflação superaram fundos de tijolo durante períodos de alta da Selic, oferecendo rentabilidade superior a 10% ao ano, mas com maior volatilidade mensal.

Esses exemplos ilustram como o perfil do fundo, o tipo de ativo e o momento macroeconômico afetam os resultados, reforçando a necessidade de diversificação e análise criteriosa.

Estratégias avançadas de diversificação entre fundos

Investidores experientes buscam combinar fundos de tijolo e papel para equilibrar risco e retorno. Algumas estratégias incluem:

  1. Alocação balanceada por ciclos econômicos: durante alta de juros, aumentar exposição a fundos de papel; em momentos de estabilidade ou queda de juros, reforçar fundos de tijolo.
  2. Diversificação setorial e geográfica: misturar imóveis logísticos, comerciais e residenciais, além de papéis emitidos por diferentes incorporadoras e regiões.
  3. Rotação periódica de fundos: ajustar carteira com base em avaliação de indicadores, oportunidade de mercado e análise macroeconômica, mantendo liquidez adequada.

Essas práticas permitem proteger o capital contra ciclos econômicos adversos, otimizar retornos e reduzir risco concentrado em um único tipo de ativo.

Reflexões sobre risco, liquidez e retorno a longo prazo

Investir em fundos imobiliários exige compreensão de três dimensões críticas: risco, liquidez e retorno.

  • Fundos de tijolo oferecem estabilidade e proteção contra volatilidade de curto prazo, mas podem ter liquidez limitada e exposição a vacância.
  • Fundos de papel entregam maior flexibilidade e potencial de rendimento, porém estão sujeitos à inadimplência e variação de juros.

O sucesso no longo prazo depende da escolha de ativos alinhados ao perfil do investidor, monitoramento contínuo de indicadores e ajustes estratégicos conforme o cenário macroeconômico.

Conclusão

A decisão entre fundos de papel e fundos de tijolo não deve se basear apenas no potencial de retorno, mas também na compreensão profunda de riscos, macroeconomia, liquidez e objetivos pessoais. Fundos de tijolo proporcionam fluxo de caixa estável e proteção contra inflação, enquanto fundos de papel oferecem oportunidades de rendimento superior em cenários de juros altos e diversificação eficiente de risco de crédito.

A combinação inteligente desses fundos, aliada à análise criteriosa de indicadores e do contexto econômico, permite construir uma carteira equilibrada, resiliente e alinhada com os objetivos de longo prazo. Entender as nuances de cada modalidade é essencial para investir de forma consciente e estratégica no mercado imobiliário.

Leia também: FIIs: Análise Fundamentalista para escolher os melhores Fundos Imobiliários

Caio Maillis

Gestor Financeiro, graduando em Ciências Econômicas,
Pós-graduado com MBA em Finanças, Investimentos e Banking.

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