Os ETFs têm ganhado muita popularidade entre investidores de todos os níveis, principalmente pela facilidade de acesso e de diversificação de carteira que essa modalidade de investimento oferece. Mas você sabe exatamente o que é um ETF?
Nesse artigo você vai entender não só o que é, mas quais são suas características, como funciona, quais os tipos de ETF, custos para investir e tributação, vantagens e desvantagens, além de como investir nesse tipo de ativo.
Boa leitura!
O que é um ETF?
ETF é a sigla para Exchange Traded Fund, que em português significa fundo negociado em bolsa, e nada mais são do que fundos de investimentos, compostos por uma cesta de ativos que tem como objetivo refletir a performance de determinado índice ou categoria de ativos.
Para ficar mais claro, podemos tomar como exemplo um dos ETFs mais conhecidos no Brasil, o BOVA11, que replica o desempenho do Ibovespa, o principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira.
Ao comprar cotas do BOVA11, você está, indiretamente, investindo nas mesmas empresas que compõem o Ibovespa. Ou seja, quando você investe em um ETF, na prática, está comprando parte de um fundo composto por ativos, que buscam refletir um índices ou ativos, como é o caso do GOLD11, que busca replicar a performance do preço do ouro.
Dessa forma, os ETFs podem ser de:
• Ações;
• Moedas;
• Commodities;
• Imobiliários;
• Renda fixa;
• Multimercado.
Características técnicas dos ETFs
Assim como os outros ativos de renda variável os ETFs também estão sujeitos a oscilação, o que é autoexplicativo, uma vez que buscam replicar o desempenho de ativos ou índices que também oscilam.
Para identificar um ETF tecnicamente não é complexo, basta se atentar a algumas características:
Tabela construída com informações da b3.com.br
Como funciona um ETF
Os ETFs são comprados e vendidos como qualquer outro ativo na bolsa de valores, por isso, entender o seu funcionamento não se refere a como são negociados, e sim, a tríade dos investimentos, que consiste em risco, rentabilidade e liquidez.
Riscos de investir em ETF
Assim como qualquer outro investimento, os ETFs também possuem riscos, e os principais riscos associados a esse tipo de investimento são:
• Risco de Mercado: Todo investimento está sujeito a esse tipo de risco, e no caso dos ETFs, se o índice que o fundo replica cair, o valor do fundo também irá cair.
• Risco de Gestão: Embora a grande maioria dos ETFs seja de gestão passiva, o que por si só já oferece o risco de oscilação do índice, existem também fundos que seguem uma estratégia de gestão ativa, o que pode resultar no aumento de custos e riscos associados ao investimento.
Rentabilidade
É fácil perceber que a rentabilidade dos ETFs está diretamente relacionada ao índice que ele replica. Ou seja, se o índice tiver uma performance positiva, o ETF também terá, e se o índice cair, o ETF também irá refletir o desempenho negativo.
A ideia é que a rentabilidade do ETF seja similar à de seu índice de referência, porém podem ocorrer pequenas variações quando o gestor do fundo não consegue replicar a composição do índice, geralmente por volatilidade de mercado ou baixa liquidez, e também devido a taxa de administração presente no fundo.
É importante ressaltar que não são todos os ETFs que pagam dividendos, alguns reinvestem os lucros, valorizando as cotas. Por isso é essencial entender as informações e regras técnicas dentro do regulamento de cada ETF em que se pretende investir, para encontrar o melhor ativo para sua estratégia de investimento.
Liquidez
Como são negociados em bolsa, os ETFs podem ser comprados ou vendidos a qualquer momento, durante o horário de negociação é claro. O que proporciona grande liquidez para essa modalidade de investimento.
O prazo de liquidação das operações é de D+2, o que quer dizer que o dinheiro estará disponível em dois dias úteis após a negociação.
Tipos de ETF
É possível encontrar diversos tipos de ETFs disponíveis no mercado, com diferentes índices ou ativos de referência. Nesse artigo já foi mencionado algumas categorias, agora vamos entender mais detalhadamente cada um dos tipos de ETFs:
Tem como objetivo replicar índices de desempenho de ações, como o Ibovespa (índice da bolsa de valores brasileira) ou o S&P 500 (as 500 maiores empresas listadas nas bolsas norte-americanas).
Os ETFs de ações são uma boa oportunidade para se expor a diversos setores e empresas, permitindo uma maior diversificação.
Tem como objetivo investir em moedas estrangeiras, o que oferece maior exposição a diferentes moedas, mais valorizadas que o real inclusive, e diversificação cambial.
Tem como objetivo investir em commodities, como ouro, petróleo, soja, cobre etc. Pode ser uma boa oportunidade de diversificar a carteira com ativos reais.
Tem como objetivo investir em índices do mercado imobiliário, como os de FIIs (Fundos Imobiliários) ou REITs (o equivalente a FIIs, só que norte-americanos).
Tem seu patrimônio constituído de ativos de renda fixa, sendo títulos públicos, como os do Tesouro Direto, ou privados, como CDBs, LCs, entre outros.
Tem como objetivo investir em uma combinação de ativos, podendo ser ações, renda fixa, commodities, entre outros.
Vantagens dos ETFs
• Diversificação: Uma das principais vantagens dos ETFs é a sua diversificação, uma vez que ao comprar um ETF de ações, por exemplo, o investidor está se expondo a diversas ações ao invés de uma única. O que por si só já diminui o risco de impacto na carteira, caso uma só ação não performe tão bem.
• Baixo Custo: Os ETFs possuem taxas de administração menores quando comparados aos outros tipos de fundos de investimentos, isso porque possuem gestão passiva.
A gestão ativa busca superar o índice que tem como referência, por isso a equipe de gestão tem mais trabalho para escolher os melhores ativos. Para conseguir superar a rentabilidade do índice.
Já um fundo de gestão passiva, procura acompanhar o índice e não o superar, trabalhando com estratégias de alocação de ativos já pré-estabelecidas. O que faz com que a taxa de administração seja mais baixa.
• Praticidade: Qualquer investidor pode comprar ou vender esse tipo de ativo na bolsa de valores por meio de uma corretora, o que faz com que sejam muito acessíveis, além disso não existe a preocupação por parte do investidor da performance, uma vez que já possui estratégia pré-estabelecida.
• Liquidez: Como são negociados em bolsa, assim como as ações, possuem alta liquidez. Isso quer dizer que podem ser comprados e vendidos facilmente durante o horário de negociação.
• Transparência: É possível acessar o portifólio de um ETF para saber sua composição sem complicações, o que torna o investimento ainda mais informado.
• Retorno favoráveis: Historicamente os ETFs tem retorno superior aos fundos tradicionais, justamente por replicarem índices. Além disso podemos levar em consideração a taxa de administração mais baixa, que já é um percentual maior de rentabilidade que vai para o bolso do investidor.
Desvantagens dos ETFs
• Dependência de índices: Por terem sua rentabilidade atrelada a índices de mercado, podem não se aproveitar de um resultado excepcional de um único ativo, o que pode limitar a performance.
• Rendimentos menores em períodos de alta: Vai ao encontro da primeira desvantagem, quando algum ativo tem um desempenho excepcional pontual e supera o mercado, o ETF não beneficia. Ou seja, por seguir uma gestão passiva, os ETFs não se beneficiam de estratégias ativas que podem apresentar maiores rentabilidades em períodos de alta no mercado.
• Taxas de administração: Embora sejam menores quando comparadas as dos fundos tradicionais, os ETFs ainda possuem taxas de administração. Algo que poderia não existir caso o investidor utilizasse a estratégia dos fundos por conta própria.
• Tributação dos dividendos: Muitos ETFs não distribuem dividendos, os valores são diretamente reinvestidos no fundo. Acontece que esse valor é acrescentado ao valor da cota, fazendo que essa valorize, e no caso de venda das cotas com lucro, o investidor tem que pagar imposto sobre o lucro, o que indiretamente, faz com que pague imposto sobre os dividendos recebidos.
* Lembrando que no Brasil existe a isenção de imposto sobre lucros distribuídos de empresas para acionistas.
• Falta de controle do investidor: O investidor não tem controle sobre quais ativos compõem o fundo, o que pode ser um problema para quem gosta de escolher as ações individualmente, com base em análises fundamentalistas, por exemplo.
Custos de investir em ETFs
Os custos envolvidos para a investir em ETFs são muito similares aos de se investir em ações. São eles:
• Taxa de administração: Cobrada anualmente pelo serviço de gestão, sendo destinada a remuneração da equipe, tecnologia e outros serviços. A taxa é calculada sobre o valor investido.
• Taxa de emolumento: Cobrada pela própria bolsa de valores, destinada a cobrir os custos operacionais da instituição. A taxa é calculada sobre o valor da operação.
• Taxa de corretagem: Cobrada pela corretora devido a intermediação de compra e venda das cotas. Atualmente a maioria das corretoras não cobra essa taxa, mas vale a pena conferir na sua corretora.
Tributação em ETFs
A tributação dos ETFs segue a mesma regra aplicada ao mercado de ações, caso aconteça venda com lucro, a alíquota é de 15% sobre os ganhos, porém existe uma pequena diferença. Os ETFs não possuem isenção de imposto de renda para quem realizar vendas em valores de até R$ 20.000,00, como acontece com as ações.
Portanto independentemente do valor, o investidor deve calcular seu imposto devido e efetuar o pagamento por meio de uma DARF, até o último dia útil do mês seguinte à operação, mesmo que tenha vendido apenas 01 cota.
Como investir em ETFs
Investir em ETFs é algo relativamente simples, assim como investir em qualquer ativo de renda variável. Para tornar mais claro esse processo podemos dividir em três etapas:
• Abrir uma conta: Para investir em qualquer ativo de renda variável será preciso que você abra conta em alguma corretora de valores, justamente pelo fato de as negociações acontecerem na bolsa de valores.
Para isso, aconselho que você entenda qual corretora melhor te atende e te passa mais confiança. Existem excelentes corretoras no mercado, e todas possuem vantagens e desvantagens para todos os níveis de investidores.
• Escolher o ETF: Essa é sem dúvida uma das partes mais essenciais não só para ETFs, mas para todos os tipos de investimento, sejam eles de renda fixa ou de renda variável.
Você deve antes de tudo conhecer o seu perfil de investidor para entender qual a sua tolerância ao risco, uma vez que ETFs são produtos de renda variável, o que significa que estão sujeitos a oscilações.
Você também deve entender quais as informações e regras técnicas do ativo, que ficam dentro do regulamento de cada ETF, assim como nos fundos de investimento, para alinhar a escolha do ETF com a sua estratégia de investimentos.
Saber qual índice ele tem como referência, qual a periodicidade dos pagamentos de dividendos se o ETF escolhido pagar dividendos, conhecer os custos, assim como já mencionado aqui no artigo, são dicas que podem te ajudar também.
• Efetuar ordem de compra: Pelo home broker da sua corretora, você vai escolher o ETF que mais se adequa a sua estratégia e inserir uma ordem de compra, especificando o ticker (código do ativo) e a quantidade de cotas que você quer adquirir.
Diferença entre ETF e Fundos de Investimento
A principal diferença entre os dois ativos está no modelo de gestão, enquanto os fundos de investimento tradicionais possuem uma gestão ativa, o que significa que utilizam estratégias para superar o mercado, os ETFs possuem gestão passiva, o que quer dizer que não tentam bater o mercado, mas sim replicar os índices de referência.
Outra diferença está na liquidez, os ETFs são negociados diretamente na bolsa de valores, assim como as ações, já os fundos de investimento são negociados com as próprias gestoras do fundo, o que faz com que os investidores tenham que aguardar prazos de resgate.
O acompanhamento da performance dos ativos também é diferente, você consegue acompanhar o desempenho dos ETFs em tempo real, assim como as ações. Por outro lado, nos fundos tradicionais existe um intervalo para consultar o desempenho, isso porque as gestoras precisam enviar as informações para as entidades responsáveis, e o investidor consegue consultar por meio delas.
Perguntas mais frequentes
ETF é a sigla para Exchange Traded Funds, em português significa “fundo negociado em bolsa”. Nada mais é do que é um fundo de investimentos que tem como objetivo refletir um índice ou ativo do mercado financeiro.
Isso quer dizer que quando você investe em um ETF, está indiretamente investindo nos diferentes ativos que compõem uma cesta que busca replicar o índice ou ativo de referência.
Assim como em qualquer ativo de renda variável é preciso abrir uma conta em corretora, analisar e escolher bem o ativo e enviar a ordem de compra pelo home broker. Ler esse artigo de dará boas dicas para fazer isso de maneira informada.
A diversificação é a principal vantagem, uma vez que o fundo oferece exposição a diferentes ativos para replicar o índice referência. Além da diversificação, os baixos custos de investimento, a praticidade, a alta liquidez e a transparência são outras vantagens dessa modalidade de investimento.
Por ser um ativo de renda variável os ETFs estão sujeitos a oscilação, podendo ter valorização ou desvalorização de acordo com os movimentos de mercado.
A principal diferença entre um ETF e um fundo tradicional está no modelo de gestão. ETFs possuem gestão passiva, o que quer dizer que não buscam superar o mercado, mas sim replicar um índice ou ativo de referência. Já os fundos tradicionais têm gestão ativa, atuam buscando bater o mercado.
A grande maioria dos ETFs no Brasil não pagam dividendos, eles reinvestem os lucros para valorizar as cotas. Quando um investidor investe em um ativo com essa característica entende que ganhará dinheiro por meio do ganho de capital e não pela distribuição de dividendos.
Apesar de isso estar em constante mudança, poucos ETFs pagam dividendos no Brasil atualmente, entre eles estão o DIVD11, o SPYI11 e o NDIV11.
O BOVA11 é o principal ETF (Exchange Traded Funds) no Brasil. Isso porque ele busca refletir o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa.