Investimentos

CDB ou CDI: Entenda as diferenças e como investir

Quando se trata de produtos de renda fixa no Brasil, os termos CDB e CDI costumam aparecer com frequência. Apesar de seus nomes muito parecidos, possuem funções diferentes dentro do mercado financeiro e, consequentemente, impactam os investimentos de maneiras distintas.

Se você quer entender de forma detalhada o que é o CDB, como ele funciona, o papel do CDI e como decidir qual produto é ideal para você, então este artigo é para você.

Vamos entender melhor cada aspecto com profundidade para esclarecermos todas as dúvidas.

Boa leitura!

CDB ou CDI: Entenda as Diferenças e Como Investir

O que é CDB?

CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário, um título de renda fixa que é emitido por bancos, com a finalidade de captar recursos diretamente dos investidores.

Esses valores emprestados ao banco são utilizados para financiar suas operações, entre elas, oferecer empréstimos a outros clientes. Em troca, os investidores recebem uma remuneração, uma espécie de “aluguel” do dinheiro emprestado, que são os juros.

É fácil notar que o CDB funciona como uma espécie de “empréstimo” ao banco, onde a rentabilidade é definida no momento da aplicação, podendo variar conforme o tipo do título.

Então, temos que as principais características do CDB são:

   1. Sua emissão é feito por bancos e instituições financeiras.

   2. São ativos de Renda Fixa e sua remuneração seguirá regras definidas no momento da aplicação.

   3. Tem como público-alvo investidores que procuram segurança, previsibilidade e um rendimento maior do que a poupança.

   4. Geralmente, os valores mínimos para investir em CDBs podem variar entre R$ 1.000 e R$ 5.000, mas alguns bancos digitais oferecem opções mais acessíveis, a partir de R$ 100.

Rentabilidade

Existem três modalidades principais de rentabilidade para os CDBs, cada uma atendendo a objetivos específicos:

     CDB Prefixado

Como o próprio nome já indica, esse tipo de CDB possui uma taxa de juros já conhecida, que é definida no momento da aplicação. Isso quer dizer que o investidor sabe exatamente o quanto receberá no vencimento do título.

Um CDB prefixado com taxa de 12% ao ano garante que o investidor terá esse retorno ao resgatar seu dinheiro no vencimento do título, independentemente de variações no mercado.

     CDB Pós-fixado

No CDB pós-fixado a rentabilidade está atrelada a um indicador econômico, como o CDI. Isso significa que o retorno dependerá da variação desse índice ao longo do período.

Um CDB que paga 100% do CDI renderá exatamente o valor do CDI acumulado no período, por exemplo.

     CDB Híbrido

A terceira modalidade é a junção das duas já citadas, pois combina uma taxa de juros fixa com a variação de um índice, geralmente o IPCA (principal índice de inflação).

Para ficar mais claro, um CDB que paga IPCA + 5% ao ano garantirá que caso a inflação seja de 6%, o investidor tenha um retorno de 11%. Isso garante uma rentabilidade real de 5%.

Risco

O CDB é considerado um dos investimentos mais seguros do Brasil, uma das razões para tal, é por contar com a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que garante até R$ 250 mil reais por CPF, CNPJ ou instituição financeira, e garantia global de até R$ 1 milhão no período de 4 anos.

No entanto assim como todo e qualquer investimento, não está isento de riscos. E os principais são:

     Risco de crédito

É a possibilidade de o banco emissor não cumprir suas obrigações financeiras, ou seja, não pagar os rendimentos ou o valor principal investido.

Esse risco, como já mencionado, é mitigado pelo FGC.

     Risco de liquidez

Em CDBs com baixa liquidez, o investidor pode encontrar dificuldades para resgatar o valor antes do prazo, o que limita sua flexibilidade financeira.

     Inflação

Em cenários de alta inflação, CDBs prefixados acabam perdendo a atratividade, uma vez que a rentabilidade predefinida não acompanha a desvalorização do dinheiro, diminuindo a rentabilidade real do ativo.

Liquidez

A liquidez é um dos pontos mais essenciais ao avaliar um investimento, e no caso dos CDBs, eles podem apresentar características diferentes nesse aspecto, sendo:

     Liquidez diária

Permite resgatar o valor a qualquer momento, sendo muito utilizados para alocar o dinheiro da reserva de emergência.

     Liquidez no vencimento

Significa que, tanto o valor investido, quantos os rendimentos só poderão ser resgatados no final do prazo.

Por possuir menor liquidez, essa modalidade costuma oferecer melhores taxas, como uma forma de manter a atratividade do ativo.

Tributação dos CDBs

Os rendimentos dos CDBs também estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda (IR), descontado diretamente na fonte. Para isso seguem a tabela regressiva abaixo, onde quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado, menor será o imposto.

Tabela regressiva do IR:

Também existe a incidência de IOF (Imposto de Operações Financeiras), que é aplicado de forma regressiva e somente sobre rendimentos de resgates realizados em até 30 dia. Após esse prazo o IOF é zero.

Agora que você já entendeu o que é um CDB e como funciona esse ativo de renda fixa, está na hora de entendermos o CDI.

CDB ou CDI: Entenda as Diferenças e Como Investir

O que é CDI?

CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário, que é uma taxa que regula os empréstimos no mercado interbancário. Vamos deixar isso mais simples.

O Bacen (Banco Central do Brasil) criou uma regra que proibi que os bancos encerrem o dia com seu caixa negativo, o que poderia acontecer devido ao grande número de operações que os bancos fazem diariamente.

Caso algum banco esteja com seu caixa negativo, ele tem duas opções para regularizar a situação, pegar dinheiro emprestado com outros bancos, que são os empréstimos de curtíssimo prazo, ou em últimos casos o redesconto do próprio Bacen.

Acontece que esses empréstimos entre os bancos são registrados e liquidados pela Cetip (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos), o que possibilita o órgão identificar as taxas que estão sendo praticadas entre os bancos.

A Cetip então faz o cálculo da média ponderada dessas taxas, e assim nasce a taxa DI, ou como é amplamente conhecido o indicador CDI. Que passa a se tornar um índice de referência para calcular a rentabilidade de vários produtos de renda fixa.

Títulos atrelados ao CDI

Vários investimentos utilizam o CDI como parâmetro de rentabilidade, como:

     CDBs pós-fixados

Como já mencionado, os CDBs pós-fixados tem como índice de referência o CDI, ou seja, quando o CDI sobe os títulos se valorizam, e quando cai, se desvalorizam.

     LCIs e LCAs

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) são títulos emitidos pelos bancos para captar recursos que serão investidos no setor imobiliário.

AS LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são bem parecidas, a diferença é que aqui, os recursos captados serão investidos no agronegócio.

Ambas as modalidades contam com a isenção do Imposto de Renda para pessoa física.

     LCs

Emitidas por sociedades de crédito, financiamento e investimento, as Letras de Câmbio, também são atreladas ao CDI, e assim como os CDBs também possuem incidência do IR.

     Fundos DI

São fundos que obrigatoriamente precisam aplicar a maior parte do seu patrimônio em ativos de Renda Fixa, sendo atrelados à Selic ou ao CDI. A tributação desses fundos se dá por meio do come-cotas e não possuem cobertura do FGC.

     Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas que buscam captar recursos para financiar projetos, e que podem ser atreladas ao CDI.

Nesse caso a tributação ocorre de maneira diferente, podendo ter a incidência de IR ou não, caso for uma debenture incentivada.

O que significa rendimento 100% do CDI?

Existem dois pontos importantes a levar em consideração aqui, um deles é que o CDI acompanha de perto a Selic Meta, sendo geralmente 0,10 pontos inferiores. Em números isso quer dizer que se a Selic for definida em 10% ao ano, o CDI será de 9,9%.

O segundo ponto é que, se um investimento promete pagar 100% do CDI, isso quer dizer que ele pagará exatamente a porcentagem na qual está o CDI. Ou seja, se a Selic for definida em 10%, o CDI será 9,9%, e o investimento pagará exatamente 9,9% ao ano, antes dos impostos.

Qual a relação entre CDB e CDI?

Como já mencionado, a relação se dá com os CDBs pós-fixados, que possuem sua rentabilidade atrelada ao CDI. É basicamente uma relação de causa e efeito, o CDI influencia diretamente o retorno dos CDBs pós-fixados.

Em qual investir?

Na realidade, a escolha não é entre CDB ou CDI, uma vez que o CDI não é em si, um investimento. A decisão está em investir em um CDB atrelado ao CDI ou em algum outro produto financeiro.

Para responder a essa pergunta então, é interessante avaliar o CDB, levando em consideração os seguintes pontos:

     Liquidez

Se precisar de flexibilidade, se torna interessante um CDB com liquidez diária.

     Rentabilidade

Compare taxas de diferentes bancos e produtos, para entender o que melhor corresponde suas expectativas com a aplicação.

     Risco

Verifique a solidez da instituição financeira e certifique-se de que o investimento está coberto pelo FGC.

     Prazo

Defina se você pode ou não esperar até o vencimento do título para resgatar o valor investido.

Lembre-se que é importante fazer isso não só para o CDBs, mas para todo e qualquer tipo de investimento, dentro ou fora do mercado financeiro.

Quando você conhece o seu perfil de investidor, entende quais as suas expectativas com o investimento e quais as possibilidades de o investimento correspondê-las, as chances de ser bem-sucedido aumentam bastante.

CDB ou CDI: Entenda as Diferenças e Como Investir

Caio Maillis

Eu sei bem como é sentir que está sempre correndo atrás, tentando fazer as coisas darem certo sem ver obter o retorno que merece, pois já tentei de tudo: fui ajudante geral, ajudante de mecânico, cantor de música sertaneja, vendi camisetas, revendi panelas… mas em tudo, falhei. É engraçado como no momento da derrota, nos sentimos como um fracasso, como se não fossemos bons e inteligentes o suficiente, ainda bem que é temporário. Hoje vejo que foi como havia de ser, cada tentativa me trouxe um aprendizado diferente. E me fez perceber algo que muda o jogo de qualquer um, percebi que não era a falta de esforço que me impedia de crescer, e sim a falta de conhecimento. É verdade que o segredo do sucesso mora na habilidade de agir, mas ação por si só, sem o conhecimento necessário (o que algumas pessoas chamam de Know-How), também é insuficiente. Foi aí que decidi mudar de verdade, transformei minha curiosidade por finanças e investimentos em um propósito. Me graduei em Gestão Financeira, fiz vários cursos sobre o tema, ao passo que continuava empreendendo em outra área, comecei a me aprofundar ainda mais no mundo dos investimentos. Foi nesse momento que comecei a cursar Ciências Econômicas, um MBA em Finanças, Investimentos e Banking e a devorar livros e conteúdos técnicos sobre análise de ações e outros ativos de renda variável. Mas a minha jornada não é só sobre mim. Eu não quero apenas ser referência no assunto, eu quero que você também consiga mudar a sua vida, mesmo que não seu objetivo não se especializar na área, como eu fiz e ainda faço. Quero ajudar pessoas que trabalham duro, mas ainda não colhem os frutos desse esforço, a construírem um futuro financeiro sólido, seguro e, acima de tudo, que proporcione a liberdade de escolha, que essa sim, é a mais valiosa de todas as coisas. Em meus canais de comunicação, eu vou te ensinar análise fundamentalista de verdade, sem atalhos, sem promessas vazias. Meu compromisso é mostrar como você pode investir com inteligência, clareza e estratégia, sem depender de ninguém e sem cair em armadilhas que vão fazer você perder dinheiro. Falando nisso, se você quer parar de trabalhar por dinheiro e começar a fazer o dinheiro trabalhar por você, lembre-se que eu estou aqui!

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