Bolhas financeiras são fenômenos comuns na economia e já causaram grandes prejuízos ao longo da história. Elas surgem quando o preço de um ativo dispara muito além do seu valor real, impulsionado pelo excesso de otimismo e pela especulação.
Mas como isso acontece? E, mais importante, como evitar cair nessa armadilha? Neste artigo, você vai entender como as bolhas financeiras se formam, os sinais de alerta e o que você pode fazer para se proteger.
Boa leitura!
Uma bolha financeira é um fenômeno econômico caracterizado por um grande volume de compra de ativos supervalorizados, impulsionados pela especulação e otimismo, ou seja, sem uma justificativa baseada nos fundamentos do ativo no qual os investidores estão investindo.
Quando os investidores perceberem que estão investindo em ativos que não possuem fundamentos para tal preço de negociação, começam a vender mais rapidamente do que compraram, é quando a bolha estoura.
É difícil conseguir afirmar exatamente qual o fato gerador de uma bolha financeira, no entanto, o que é consenso no mercado de capitais, é que as bolhas são por dois motivos principais, a ganância e o efeito manada.
A ganância de algumas pessoas que acreditam existir dinheiro fácil e rápido, somado ao medo de não aproveitar uma oportunidade que todos estão aproveitando, faz com que os investidores invistam em ativos sem fundamento.
O segundo ponto é o efeito manada, ou comportamento de rebanho, que é a tendência que as pessoas têm de fazer e/ou seguir aquilo que os outros estão fazendo, sem uma análise de fundamentos de risco e valor, agindo de acordo com a massa.
Uma bolha financeira se forma a partir do otimismo especulativo dos investidores, que passam a aportar quantias cada vez maiores em ativos sendo negociados a preços que não correspondem aos seus verdadeiros valores.
Esse movimento de compra, aumenta ainda mais o valor do ativo, o que faz aumentar a demanda por ele, impulsionada pela crença de dinheiro fácil e medo de perder a oportunidade, o que, seguindo à risca a lei da oferta e da demanda, faz com o preço do ativo aumento ainda mais.
Uma bolha financeira é composta por 5 estágios, com cada um deles descrevendo bem o comportamento do mercado nessas situações e o desenvolvimento, do início, passando pelo pico, até o estouro.
O economista Hyman P. Minsky foi o primeiro a identificar os cinco estágios do desenvolvimento de uma bolha financeira, são eles:
O primeiro estágio, conhecido como deslocamento, é o início da bolha. Nessa fase os investidores, movidos por um otimismo especulativo, começam a aportar nos ativos que acreditam que são muito promissores.
Nesse momento os preços começam a se elevar lentamente, e ao ponto que mais investidores, observando o aumento de preços e atraídos pela oportunidade de ganhos rápidos, começam a investir nos ativos, o aumento de preços ganha força.
É nessa fase que a bolha ganha tração, os investidores estão no pico do otimismo e os preços disparam. Ninguém mais questiona os fundamentos dos ativos para estarem sendo negociados no preço em que estão, e os movimentos são de compra.
Esse é o momento onde os investidores mais experientes, analisando os fundamentos, decidem sair de suas posições, vendendo na alta e principiando o estouro da bolha. É importante ressaltar que identificar o momento exato em que uma bolha irá estourar é extremamente difícil.
O último estágio da bolha é quando os demais investidores percebem que não havia fundamentos no ativo, e começam todos a sair, mais rápido do que entraram, fazendo com que o preço dos ativos despenquem na velocidade em que subiram. Deixando um rastro de prejuízos.
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Para deixar ainda mais claro o que é uma bolha financeira, podemos citar as principais já existentes. E são elas:
A Bolha das Tulipas, ou Tulipomania, foi um fenômeno econômico que aconteceu na Holanda em meados do século XVII, sendo considerada a primeira bolha financeira da história.
As tulipas chegaram ao país no final do século XVI, vindas da Turquia, e rapidamente se tornaram símbolos de status e sofisticação. A demanda cresceu tanto que os bulbos passaram a ser tratados como itens de luxo, fazendo com que seus preços disparassem.
Com a procura superando a oferta, os valores subiram sem controle. Pessoas começaram a vender bens e propriedades para investir no mercado de tulipas, acreditando que a valorização não teria fim.
No entanto, a sazonalidade da planta era um obstáculo, já que algumas variedades levavam anos para florescer. Assim, para manter as negociações ativas, surgiram os contratos futuros, permitindo a compra antecipada dos bulbos a preços fixos e intensificando ainda mais a especulação.
Nesse cenário, não apenas comerciantes, mas também trabalhadores comuns arriscaram tudo o que tinham, apostando que enriqueceriam com o comércio de tulipas.
Foi no inverno de 1637, que um dos produtores decidiu não honrar seu contrato, alegando que o preço acordado estava muito abaixo da valorização dos bulbos. O efeito foi imediato: outros negociantes seguiram o mesmo caminho, compradores entraram em pânico e começaram a vender seus contratos, desencadeando o colapso do mercado. O preço das tulipas despencou.
A Bolha da Internet, ou Bolha das PontoCom, foi um fenômeno econômico que ocorreu entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000, relacionado as empresas de tecnologia, e foi uma das maiores da história da bolsa de valores norte-americana
Com o avanço da internet, diversas empresas abriram capital na bolsa, fazendo com que investidores despejassem bilhões de dólares em startups e empresas do setor, acreditando que qualquer negócio digital teria crescimento exponencial.
O problema é que, apesar de muitas dessas empresas não apresentarem lucro e nem se quer possuírem modelos de negócios sustentáveis, suas ações dispararam, impulsionadas pelo otimismo irracional do mercado.
Os prejuízos começaram a aparecer, quando os investidores começaram a notar que essas empresas não possuíam fundamentos que justificassem os preços negociados.
Em 2000, os preços das ações começaram a cair, e em 2001, com a falência de diversas empresas, o mercado entrou em colapso. O índice Nasdaq perdeu quase 80% do valor, destruindo trilhões de dólares em investimentos.
A Grande Crise de 1929 foi um colapso econômico que começou nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo inteiro, marcando a pior depressão financeira da história.
Durante a década de 1920, a economia norte-americana crescia rapidamente, e a Bolsa de Valores de Nova York vivia um período de euforia, com investidores comprando ações em massa, muitas vezes utilizando dinheiro emprestado, pois acreditavam que os preços continuariam subindo.
Foi essa especulação que fez com que o mercado atingisse níveis insustentáveis, e no dia 24 de outubro de 1929, conhecido como Quinta-feira Negra, uma onda de vendas derrubou todos os preços das ações, dando início ao pânico entre os investidores.
A situação piorou ainda mais nos dias seguintes, resultando no Crash da Bolsa de 29. Milhares de pessoas perderam suas economias, bancos quebraram e empresas faliram, levando a um colapso econômico generalizado.
Como consequência, o desemprego disparou, o consumo despencou e os efeitos da crise se espalharam pelo mundo, dando início à Grande Depressão, que durou até a Segunda Guerra Mundial.
A Crise do Subprime, ou Crise Financeira de 2008, foi um colapso econômico global desencadeado pelo estouro de uma bolha no mercado imobiliário dos Estados Unidos.
O que aconteceu foi que os bancos passaram a aprovar empréstimos imobiliários de alto risco (subprime) para clientes com baixa capacidade de pagamento. Fazendo com que a demanda por imóveis aumentasse muito, inflacionando os preços e criando uma falsa sensação de prosperidade econômica.
Além disso, as instituições financeiras transformavam esses empréstimos em títulos negociáveis, distribuindo para os investidores, e consequentemente, espalhando o risco pelo mercado.
O problema começou quando os juros começaram a subir e os devedores passaram a não conseguir mais pagar suas hipotecas, então a bolha estourou.
No ano de 2007, o mercado imobiliário nos Estados Unidos começou a desmoronar, levando à falência grandes instituições financeiras, um dos que ficaram mais marcados foi o banco Lehman Brothers, em setembro de 2008.
O pânico se espalhou pelos mercados globais, causando uma crise de crédito e uma forte recessão econômica. Governos e bancos centrais intervieram com pacotes de resgate para evitar um colapso ainda maior.
A crise deixou milhões de desempregados e forçou mudanças na regulação do sistema financeiro, ressaltando os perigos da especulação excessiva e da falta de controle sobre o mercado de crédito.
É difícil identificar exatamente quando um investimento está se tornando uma bolha financeira, no entanto existem alguns pontos nos quais o investidor pode ficar atento para se precaver.
Desconfie de ativos que possuem rápida valorização sem nenhum motivo aparente, é muito importante avaliar os fundamentos de valor que fazem aquele ativo estar sendo negociado no preço em que está.
Cuidado com a mídia excessiva sobre determinado ativo! Quando todo mundo está falando muito sobre determinado ativo, pode ser um sinal de irá começar um efeito manada.
Aliás, esse é o segundo sinal, evite seguir a manada, investir em determinado ativo só porque os outros estão investindo costuma ser uma péssima decisão, resultando em prejuízos.
Por último, mas não menos importante, se atente com as promessas irreais, não só no caso de bolhas financeiras, mas de investimentos no geral. Lembre-se do velho ditado “quando a esmola é demais, o santo desconfia”, se a promessa é de dinheiro fácil e rápido, corra!
Eu sei bem como é sentir que está sempre correndo atrás, tentando fazer as coisas darem certo sem ver obter o retorno que merece, pois já tentei de tudo: fui ajudante geral, ajudante de mecânico, cantor de música sertaneja, vendi camisetas, revendi panelas… mas em tudo, falhei. É engraçado como no momento da derrota, nos sentimos como um fracasso, como se não fossemos bons e inteligentes o suficiente, ainda bem que é temporário. Hoje vejo que foi como havia de ser, cada tentativa me trouxe um aprendizado diferente. E me fez perceber algo que muda o jogo de qualquer um, percebi que não era a falta de esforço que me impedia de crescer, e sim a falta de conhecimento. É verdade que o segredo do sucesso mora na habilidade de agir, mas ação por si só, sem o conhecimento necessário (o que algumas pessoas chamam de Know-How), também é insuficiente. Foi aí que decidi mudar de verdade, transformei minha curiosidade por finanças e investimentos em um propósito. Me graduei em Gestão Financeira, fiz vários cursos sobre o tema, ao passo que continuava empreendendo em outra área, comecei a me aprofundar ainda mais no mundo dos investimentos. Foi nesse momento que comecei a cursar Ciências Econômicas, um MBA em Finanças, Investimentos e Banking e a devorar livros e conteúdos técnicos sobre análise de ações e outros ativos de renda variável. Mas a minha jornada não é só sobre mim. Eu não quero apenas ser referência no assunto, eu quero que você também consiga mudar a sua vida, mesmo que não seu objetivo não se especializar na área, como eu fiz e ainda faço. Quero ajudar pessoas que trabalham duro, mas ainda não colhem os frutos desse esforço, a construírem um futuro financeiro sólido, seguro e, acima de tudo, que proporcione a liberdade de escolha, que essa sim, é a mais valiosa de todas as coisas. Em meus canais de comunicação, eu vou te ensinar análise fundamentalista de verdade, sem atalhos, sem promessas vazias. Meu compromisso é mostrar como você pode investir com inteligência, clareza e estratégia, sem depender de ninguém e sem cair em armadilhas que vão fazer você perder dinheiro. Falando nisso, se você quer parar de trabalhar por dinheiro e começar a fazer o dinheiro trabalhar por você, lembre-se que eu estou aqui!
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