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ROE: O que é e como analisar esse indicador

O ROE (Return on Equity), ou em português, Retorno sobre o Patrimônio Líquido, é um dos indicadores financeiros mais importantes e mais utilizados pelos investidores na hora de fazerem uma boa análise fundamentalista das empresas.

Neste artigo, nós vamos aprofundar no conceito e usabilidade, qual a importância, como calculá-lo e interpretá-lo, e quais limitações possui o ROE, explicando de maneira simples como ele pode ajudar investidores e gestores a tomarem decisões mais bem informadas.

Boa leitura!

O que é ROE?

O ROE é um indicador de eficiência, que mede o quanto uma empresa é capaz de gerar de lucros a partir do capital dos seus acionistas. Em outras palavras, ele indica o quanto a empresa consegue retornar de lucro para cada real investido, seja pelos proprietários ou acionistas.

Ele obtido por meio de um cálculo que envolve o lucro líquido da empresa acumulado nos últimos 12 meses e o patrimônio líquido da companhia. Dessa forma, devemos relembrar aqui dois conceitos muito importantes:

Que o lucro líquido representa o resultado da empresa, depois de deduzido todo os custos, despesas, impostos e encargos.

Que o patrimônio líquido representa a diferença entre os ativos e passivos da empresa, ou seja, efetivamente quais os recursos pertencentes aos sócios e acionistas.

Para que serve o indicador ROE?

Como mencionado, o ROE é muito utilizado por investidores em análises fundamentalistas, isso porque ele serve como uma poderosa ferramenta de auxílio de decisão. Por meio dele o investidor consegue ter uma visão mais clara sobre a empresa na qual pretende investir.

O ROE permite que o investidor entenda se o capital da empresa está sendo bem utilizado, permite que o investidor compare diferentes empresas para identificar aquelas que possuem mais eficiência em gerar retorno sobre o capital, além de indicar como a empresa está se comportando ao longo do tempo, se está melhorando ou piorando sua eficiência financeira.

Dessa forma, o indicador ajuda os investidores a decidirem melhor em quais empresas irão investir, e auxilia os gestores a avaliarem o desempenho interno, a fim de implementar ajustes, se necessário.

Qual a diferença entre ROI, ROIC e ROE?

Apesar de possuírem siglas muito parecidas e todos esses indicadores estarem relacionados à rentabilidade, eles possuem diferenças significativas. Para entender melhor, é preciso conhecer um pouco de cada um.

ROI (Return on Investment)

Mede o retorno total sobre um investimento, independente de qual seja a fonte. É um indicador amplo e ser utilizado para analisar o retorno de qualquer investimento, mesmo que sejam para projetos específicos, como aquisições ou campanhas de marketing.

Para calcular o ROI a fórmula é a seguinte:

ROI = (Ganho total do investimento – Valor inicial do investimento) / Valor inicial do investimento.

Por exemplo:

Imagine que você investiu R$10.000,00 em ações de uma companhia e depois de um ano, vendeu todas essas ações por R$12.000,00. Aplicando na fórmula ficará:

ROI = (12.000 – 10.000) / 10.000

ROI = 0,2 ou 20%

Isso significa que o ROI do investimento foi de 20%.

ROIC (Return on Invested Capital)

Foca no retorno obtido a partir do capital total investido na empresa, incluindo tanto capital próprio quanto de terceiros, as dívidas. O ROIC é o indicador utilizado para medir a eficiência da empresa em gerar lucros com todo o capital da empresa.

Para calcular o ROIC a fórmula é a seguinte:

ROIC = NOPAT / Capital Investido

O NOPAT representa o lucro líquido operacional após impostos e o capital investido representa a soma do patrimônio líquido mais a dívida líquida da empresa.

Para ficar mais claro, vamos ao exemplo:

Imagine que uma empresa teve um lucro líquido operacional de R$ 200.000,00 e teve de pagar 17% de impostos. Além disso o patrimônio líquido dessa empresa é de R$ 400.00,00 e sua dívida líquida R$ 150.000,00.

Logo, as informações que temos, são as seguintes:

EBIT (lucro líquido operacional): 200.000

Impostos: (200.000 x 0,17) = 34.000

NOPAT: (200.000 – 34.000) = 166.000

PL: 400.000

Dívida líquida: 150.000

Capital investido: 550.000

Aplicando os valores na fórmula, teremos:

ROIC = 166.000 / 550.000

ROIC = 0,30 ou 30%

Isso significa que o ROIC da empresa é de 30%

Isso significa que para cada R$ 1,00 investido a empresa é capaz de gerar R$ 0,30 de lucro. O que representaria que a empresa está investindo muito bem os seus recursos.

É sempre importante lembrar que o ROIC também é um indicador relativo, o que quer dizer que para algumas empresas um ROIC de 30% é excelente, mas para outras nem tanto, por isso é importante comparar as empresas de mesmo setor, para obter uma análise mais completa.

ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)

O ROE, como você já aprendeu, é o indicador que mede o retorno gerado para os acionistas considerando apenas o patrimônio líquido da empresa. Dessa forma, ele indica o quanto a empresa gera de lucro a partir do capital investido pelos acionistas.

Agora então, é hora de aprender como calcular o ROE.

Como calcular o ROE?

O cálculo do ROE é simples, pois contém apenas duas variáveis. A fórmula para calculá-lo é a seguinte:

ROE = Lucro líquido / Patrimônio líquido

Vamos ao exemplo:

Imagine que uma empresa teve um lucro de R$ 300.000,00 e seu patrimônio líquido é de 1.500.000,00. Aplicando na fórmula, teremos o seguinte resultado:

ROE = 300.000 / 1.500.000

ROE = 0,2 ou 20%

Isso quer dizer que a empresa gerou um retorno de 20% sobre o patrimônio líquido no período analisado, ou seja, para cada R$ 1,00 investido pelos acionistas, essa empresa gerou R$ 0,20 de lucro.

Depois de saber o resultado do ROE, é o momento de compreender qual a efetiva importância dele para os investimentos e entender como interpretá-lo da maneira correta.

Como analisar o resultado do ROE?

Analisar o ROE é fundamental porque permite que, além de todos os pontos já citados, o investidor consiga:

Avaliar a eficiência da gestão: Isso porque um ROE elevado geralmente indica uma gestão eficiente em gerar lucros.

Comparar entre alternativas: Ele ajuda a identificar quais as empresas mais rentáveis dentro de um mesmo setor. Para ficar mais fácil de entender esse ponto, vamos a um rápido exemplo:

Imagine que durante uma análise você percebe que a empresa “YX”, que possui R$ 1.500.000,00 de patrimônio líquido, e a empresa “AB”, que possui R$ 1.200.000,00 possuem o mesmo valor de lucro líquido, que é R$350.000,00.

Nesse caso, é o ROE que irá indicar qual empresa é mais eficiente:

Empresa YX = 350.000 / 1.500.000

ROE = 23%

Empresa AB = 350.000 / 1.200.000

ROE = 29%

Logo, podemos concluir que a empresa AB possui maior eficiência na geração de lucros, porque a cada R$ 1,00, ela entrega R$ 0,29 de lucro, enquanto a empresa XY, entrega R$ 0,23.

Relação risco-retorno: Ao analisar o ROE ao longo do tempo, é possui entender também o risco-retorno do investimento, isso porque empresas com ROE consistente tendem a ser mais sólidas e, consequentemente, menos arriscadas para os investidores.

Como interpretar o ROE?

É importante também saber como interpretar esse indicador em ambos os cenários:

ROE positivo: Indica que a empresa está gerando lucro para os acionistas, o que é excelente, no entanto é preciso ressaltar um ponto importante, um ROE muito alto pode simbolizar duas coisas, a primeira é uma alta eficiência na gestão em gerar lucros para os acionistas, a segunda é que a empresa está muito alavancada, o que aumenta o risco do investimento.

Por exemplo, se uma empresa contrai muitas dívidas para financiar suas operações e aumenta bastante seu lucro líquido, o seu ROE também subirá. Pense assim, uma empresa possui patrimônio líquido de R$ 800.000,00 e contraiu uma dívida de 500.000,00. Por esse motivo financiou suas operações e obteve um lucro líquido de R$ 380.000,00.

O ROE dessa empresa será de 47,5%, algo que é bastante fora do “comum” de encontrar em análises. Isso porque ela está bastante alavancada, entende? Não é algo necessariamente ruim, mas exige atenção, pois aumenta o risco do investimento.

O ideal é não utilizar somente um indicador para fazer a análise fundamentalista, mas sim uni-los para que fique mais completa. Utilize a margem de lucro, grau de endividamento da empresa, o dividend yield, entre outros.

ROE negativo: Sugere que a empresa está registrando prejuízo ou que o patrimônio líquido é negativo. Um cenário bastante preocupante e que merece uma análise mais detalhada.

Comparação com o setor: Os especialistas de mercado consideram que um ROE entre 15% e 20% é um bom resultado. Mas é essencial sempre comparar o da empresa que está sendo analisada com a média do setor, pois benchmarks variam entre os setores da economia.

Quais são as limitações do indicador ROE?

Como qualquer outro indicador, apesar de ser muito eficiente, o ROE também possui limitações, algumas delas são:

Endividamento elevado: Como já mencionado, o ROE não considera o impacto das dívidas, dessa forma empresas altamente alavancadas podem apresentar um ROE elevado que não é “real”, o que aumenta consideravelmente o risco.

Patrimônio líquido baixo: Caso o patrimônio líquido seja pequeno, o ROE também pode ser alto, mesmo que os lucros não sejam expressivos, o que também oferece risco.

Não reflete o futuro: É um indicador retrospectivo, baseado em resultados passados. O que nos abre espaço para relembrar uma das grandes máximas dos investimentos, “resultados passados não são garantia de sucesso futuro”

Conclusão

O ROE é um indicador poderoso para avaliar a rentabilidade e a eficiência de uma empresa em gerar lucros para seus acionistas. Afinal, ele permite comparações entre empresas, identifica tendências e auxilia na tomada de decisões estratégicas.

Apesar de possuir limitações, como por exemplo, a influência do endividamento, o ROE é indispensável para investidores e gestores. Uma análise criteriosa, que inclua outros indicadores como citados no artigo, é essencial para uma visão completa da saúde financeira da empresa.

Caio Maillis

Gestor Financeiro, graduando em Ciências Econômicas,
Pós-graduado com MBA em Finanças, Investimentos e Banking.

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